História do poema astronauta
Por MARTÍN CAMPS
Quando a revista neoyorkina de poesia The Bitter Oleander (Adelfa amarga) publicou uma tradução do meu poema “Petição à NASA para incluir em sua próxima expedição um poeta” (A tradução esteve a cargo de Anthony Seidman e Traci Roberts) num arranque de emoção decidi mandar a revista à NASA. Dizendo-lhes que seria importante enviar um poeta ao espaço para que fizesse experimentações com metáforas em gravidade mínima. Mandei-o como uma broma, imaginei que algum engenheiro com bom humor leria o poema, depois atirá-lo-ia ao lixo ou pôr sobre um aparelho cheio de tornillos. Mas não. A NASA tomou-o em sério.
Um mês depois chegou-me um envelope com o selo da NASA. Por um momento imaginei a surpresa do carteiro que pensava em quem habitaria esta casa onde recebem correspondência da NASA. Dentro do envelope estava a revista e uma carta a qual me dizia que devia preencher uns formularios para considerarem a minha proposição. Se tudo era um divertimento poético, de facto com a mesma emoção com que se escreve um poema: para ver o que se passa.
Passaram meses e na Universidade onde trabalho conheci um senhor que nasceu no vale de Califórnia (em French Camp). Os seus pais tinham trabalhado nos campos. Perguntou-me o que fazia como actividade profissional, e disse-lhe, que dava aulas e depois, fiz-lhe a mesma pergunta, à qual ele me respondeu que era astronauta. Era nada menos que José Hernández, um modelo de esforço e dedicação. Começou recolhendo fresas até chegar a orbitear a terra na Estação Espacial Internacional. Nunca se desanimou quando o recusaram do exigentíssimo programa espacial. Cada ano acrescentava uma habilidade, num ano aprendia russo, no outro ano aprendia a mergulhar, todas habilidades úteis para os astronautas. Quando o conheci, expliquei-lhe a história do poema, apresentei-lhe uma cópia e disse-lhe se o podia levar para o espaço quando fosse. Disse que sim.
Meses depois recordo-me escrever-lhe à estação espacial, através “tweeter”. E lembrava-se do poema e desejava-me sorte educando a juventude. Mandou-me também a sua foto, assinada.
Sempre me interessaram as histórias que acompanham os poemas, como encontram sua própria vida e crescimento. Acho que a criatividade humana é o que nos levou ao espaço, a imaginar possibilidades. Este episódio não é só para animar audiências em leituras de poesia, para recordar que a poesia tem sua própria vida.
Tradução por SOPHIE CARRETO
Historia del poema astronauta
Por MARTÍN CAMPS
Cuando la revista neoyorkina de poesía The Bitter Oleander (Adelfa amarga) publicó una traducción de mi poema “Petición a la NASA para incluir en su próxima expedición a un poeta” (La traducción estuvo a cargo de Anthony Seidman y Traci Roberts) en un arranque de emoción decidí mandar la revista a la NASA. Diciéndoles que sería importante mandar a un poeta al espacio para que hiciera experimentos con metáforas en gravedad mínima. Lo mandé como una broma, imaginé que algún ingeniero con buen humor leería el poema, después lo tiraría a la basura o lo pondría sobre un aparato lleno de tornillos. Pero no. La NASA lo tomó en serio.
Un mes después me llegó un sobre manila con el sello de la NASA. Por un momento me imaginé la sorpresa del cartero que pensaba en quién habitaría esa casa donde reciben correspondencia de la NASA. Adentro del sobre estaba la revista y una carta donde se me decía que debía llenar unos formularios para considerar mi propuesta. ¿Mi propuesta? Si todo era un divertimento poético hecho con la misma emoción con que se escribe un poema: para ver qué pasa.
Pasaron meses y en la Universidad donde trabajo conocí a un señor que nació en el valle de California (en French Camp). Sus padres habían trabajado en los campos. Me preguntó qué hacía, le dije que daba clases y después le pregunté lo mismo, él me dijo que era astronauta. Era nada menos que José Hernández, un modelo de esfuerzo y dedicación. Empezó recogiendo fresas hasta llegar a orbitear la tierra en la Estación Espacial Internacional. Nunca se desanimó cuando lo rechazaron del exigentísimo programa espacial. Cada año añadía una habilidad, un año aprendía ruso, otro año aprendía a bucear, todas habilidades útiles para los astronautas. Cuando lo conocí le platiqué de la historia del poema, le regalé una copia y le dije si lo podía llevar al espacio cuando fuera. Dijo que sí.
Meses después recuerdo escribirle desde “tweeter” a la estación espacial. Y se acordaba del poema y me deseaba suerte educando a las juventudes. Me mandó también su foto, firmada.
Siempre me han interesado las historias que acompañan los poemas, cómo encuentran su propia vida y crecimiento. Creo que la creatividad humana es lo que nos ha llevado al espacio, a imaginar posibilidades. Esta anécdota no es sólo para animar audiencias en lecturas de poesía sino para recordar que la poesía tiene su propia vida.
de "Martín Camps: El espacio de los poemas/Martín Camps: The Space of Poems (Tijuana, Stockton)
The History of the Astronaut Poem
By MARTÍN CAMPS
When the New Yorkian literary magazine, The Bitter Oleander, published the translation of “Petición a la NASA para incluir en su próximo viaje al espacio a un poeta” (Anthony Seidman and Traci Roberts were in charge of the translation), in a fit of emotion, I decided to send the poem to NASA. Telling them that it was important to send a poet to space to do experiments with metaphors of minimal gravity. I sent the poem as a joke. I imagined that an engineer with a good sense of humor would read the poem and then throw it in the trash or would place it on an apparatus filled with screws. But no. NASA took it seriously.
A month later a manila envelope arrived with a NASA seal. For a moment, I imagined the mailman’s surprise as he would wonder who lived in that house that received correspondence from NASA. Inside the envelope were the magazine and a letter informing me that I would have to fill out forms for my proposal to be considered. My proposal? Everything had been done for poetic entertainment—written with the same emotion as one writes a poem: to see what happens.
A few months went by, and at the university where I work I met a man who was born in the California valley (French Camp). His parents had worked in the fields. He asked me what I did. I told him that I taught and then asked him the same question. He told me he was an astronaut. He was the very José Hernández, a model of effort and dedication. He began by picking strawberries until he orbited the Earth at the International Space Station. He never became discouraged when he was rejected from the exigeant space program. Every year he added a skill, one year he would learn Russian, another year he would learn how to dive—all useful skills for astronauts. When I met him, I told him the story of the poem, I gave him a copy as a gift and I asked him if I he could take a copy to space on his next voyage. He said yes.
Months later I remember tweeting to the space station. And he remembered the poem and wished me luck with educating youth. He also sent me a signed photograph.
I have always been interested in the stories that come with writing poems, how they found their own lives and growth. The creative imagination is what has taken us to outer space—to imagine possibilities. This anecdote is not only for poetry reading audiences but to remember that poetry has its own life.
Translation by SONIA GUTIÉRREZ
Por MARTÍN CAMPS
Quando a revista neoyorkina de poesia The Bitter Oleander (Adelfa amarga) publicou uma tradução do meu poema “Petição à NASA para incluir em sua próxima expedição um poeta” (A tradução esteve a cargo de Anthony Seidman e Traci Roberts) num arranque de emoção decidi mandar a revista à NASA. Dizendo-lhes que seria importante enviar um poeta ao espaço para que fizesse experimentações com metáforas em gravidade mínima. Mandei-o como uma broma, imaginei que algum engenheiro com bom humor leria o poema, depois atirá-lo-ia ao lixo ou pôr sobre um aparelho cheio de tornillos. Mas não. A NASA tomou-o em sério.
Um mês depois chegou-me um envelope com o selo da NASA. Por um momento imaginei a surpresa do carteiro que pensava em quem habitaria esta casa onde recebem correspondência da NASA. Dentro do envelope estava a revista e uma carta a qual me dizia que devia preencher uns formularios para considerarem a minha proposição. Se tudo era um divertimento poético, de facto com a mesma emoção com que se escreve um poema: para ver o que se passa.
Passaram meses e na Universidade onde trabalho conheci um senhor que nasceu no vale de Califórnia (em French Camp). Os seus pais tinham trabalhado nos campos. Perguntou-me o que fazia como actividade profissional, e disse-lhe, que dava aulas e depois, fiz-lhe a mesma pergunta, à qual ele me respondeu que era astronauta. Era nada menos que José Hernández, um modelo de esforço e dedicação. Começou recolhendo fresas até chegar a orbitear a terra na Estação Espacial Internacional. Nunca se desanimou quando o recusaram do exigentíssimo programa espacial. Cada ano acrescentava uma habilidade, num ano aprendia russo, no outro ano aprendia a mergulhar, todas habilidades úteis para os astronautas. Quando o conheci, expliquei-lhe a história do poema, apresentei-lhe uma cópia e disse-lhe se o podia levar para o espaço quando fosse. Disse que sim.
Meses depois recordo-me escrever-lhe à estação espacial, através “tweeter”. E lembrava-se do poema e desejava-me sorte educando a juventude. Mandou-me também a sua foto, assinada.
Sempre me interessaram as histórias que acompanham os poemas, como encontram sua própria vida e crescimento. Acho que a criatividade humana é o que nos levou ao espaço, a imaginar possibilidades. Este episódio não é só para animar audiências em leituras de poesia, para recordar que a poesia tem sua própria vida.
Tradução por SOPHIE CARRETO
Historia del poema astronauta
Por MARTÍN CAMPS
Cuando la revista neoyorkina de poesía The Bitter Oleander (Adelfa amarga) publicó una traducción de mi poema “Petición a la NASA para incluir en su próxima expedición a un poeta” (La traducción estuvo a cargo de Anthony Seidman y Traci Roberts) en un arranque de emoción decidí mandar la revista a la NASA. Diciéndoles que sería importante mandar a un poeta al espacio para que hiciera experimentos con metáforas en gravedad mínima. Lo mandé como una broma, imaginé que algún ingeniero con buen humor leería el poema, después lo tiraría a la basura o lo pondría sobre un aparato lleno de tornillos. Pero no. La NASA lo tomó en serio.
Un mes después me llegó un sobre manila con el sello de la NASA. Por un momento me imaginé la sorpresa del cartero que pensaba en quién habitaría esa casa donde reciben correspondencia de la NASA. Adentro del sobre estaba la revista y una carta donde se me decía que debía llenar unos formularios para considerar mi propuesta. ¿Mi propuesta? Si todo era un divertimento poético hecho con la misma emoción con que se escribe un poema: para ver qué pasa.
Pasaron meses y en la Universidad donde trabajo conocí a un señor que nació en el valle de California (en French Camp). Sus padres habían trabajado en los campos. Me preguntó qué hacía, le dije que daba clases y después le pregunté lo mismo, él me dijo que era astronauta. Era nada menos que José Hernández, un modelo de esfuerzo y dedicación. Empezó recogiendo fresas hasta llegar a orbitear la tierra en la Estación Espacial Internacional. Nunca se desanimó cuando lo rechazaron del exigentísimo programa espacial. Cada año añadía una habilidad, un año aprendía ruso, otro año aprendía a bucear, todas habilidades útiles para los astronautas. Cuando lo conocí le platiqué de la historia del poema, le regalé una copia y le dije si lo podía llevar al espacio cuando fuera. Dijo que sí.
Meses después recuerdo escribirle desde “tweeter” a la estación espacial. Y se acordaba del poema y me deseaba suerte educando a las juventudes. Me mandó también su foto, firmada.
Siempre me han interesado las historias que acompañan los poemas, cómo encuentran su propia vida y crecimiento. Creo que la creatividad humana es lo que nos ha llevado al espacio, a imaginar posibilidades. Esta anécdota no es sólo para animar audiencias en lecturas de poesía sino para recordar que la poesía tiene su propia vida.
de "Martín Camps: El espacio de los poemas/Martín Camps: The Space of Poems (Tijuana, Stockton)
The History of the Astronaut Poem
By MARTÍN CAMPS
When the New Yorkian literary magazine, The Bitter Oleander, published the translation of “Petición a la NASA para incluir en su próximo viaje al espacio a un poeta” (Anthony Seidman and Traci Roberts were in charge of the translation), in a fit of emotion, I decided to send the poem to NASA. Telling them that it was important to send a poet to space to do experiments with metaphors of minimal gravity. I sent the poem as a joke. I imagined that an engineer with a good sense of humor would read the poem and then throw it in the trash or would place it on an apparatus filled with screws. But no. NASA took it seriously.
A month later a manila envelope arrived with a NASA seal. For a moment, I imagined the mailman’s surprise as he would wonder who lived in that house that received correspondence from NASA. Inside the envelope were the magazine and a letter informing me that I would have to fill out forms for my proposal to be considered. My proposal? Everything had been done for poetic entertainment—written with the same emotion as one writes a poem: to see what happens.
A few months went by, and at the university where I work I met a man who was born in the California valley (French Camp). His parents had worked in the fields. He asked me what I did. I told him that I taught and then asked him the same question. He told me he was an astronaut. He was the very José Hernández, a model of effort and dedication. He began by picking strawberries until he orbited the Earth at the International Space Station. He never became discouraged when he was rejected from the exigeant space program. Every year he added a skill, one year he would learn Russian, another year he would learn how to dive—all useful skills for astronauts. When I met him, I told him the story of the poem, I gave him a copy as a gift and I asked him if I he could take a copy to space on his next voyage. He said yes.
Months later I remember tweeting to the space station. And he remembered the poem and wished me luck with educating youth. He also sent me a signed photograph.
I have always been interested in the stories that come with writing poems, how they found their own lives and growth. The creative imagination is what has taken us to outer space—to imagine possibilities. This anecdote is not only for poetry reading audiences but to remember that poetry has its own life.
Translation by SONIA GUTIÉRREZ
Sophie Carreto e Maia Delport
2 comments:
¿Dónde está tomada la foto? ¿Es en España? Soy un poeta de Valladolid que tiene textos sin publicar, si quieres ayudarme me puedes poner un SMS al 651 118 736 y te llamo.
Espero que estéis todas bien.
Un abrazo.
José Ángel Pizarro
Saludos José Ángel Pizarro
Escríbeme al siguente correo-e: sgutierrez@palomar.edu
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